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Setembro Amarelo: a responsabilidade das empresas no combate ao suicídio



O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio que visa promover o debate sobre saúde mental em diferentes locais, incluindo o ambiente de trabalho. Essa campanha é essencial, pois o suicídio é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, afetando milhões de pessoas anualmente.

 

A contextualização do suicídio

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, houve um aumento de 3,7% nos casos de suicídio entre 2011 e 2022, além de um crescimento de 21,13% nos casos de autolesões.

O suicídio é um fenômeno multifatorial, influenciado por fatores genéticos, faixa etária, apoio social e econômico, além de transtornos psiquiátricos. Um estudo da Escola de Medicina de Harvard e do CIDACS/Fiocruz Bahia destaca que o suicídio é mais prevalente entre jovens, com diferenças significativas entre os gêneros, onde as mulheres lideram nas taxas de autolesão e os homens nas de suicídio.

 

O Papel do Trabalho no Suicídio

Por muito tempo, os problemas de saúde do trabalhador estavam mais relacionados às condições físicas do ambiente de trabalho. No entanto, os transtornos mentais e comportamentais já ocupam o terceiro lugar entre as causas de afastamentos de trabalhadores segurados no Brasil.

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), o estresse grave e transtornos de adaptação (F43), episódios depressivos (F32), e outros transtornos ansiosos (F41) são as principais causas de afastamento devido a problemas de saúde mental.

Pesquisas mostram que os transtornos mentais, mesmo com baixa letalidade (cerca de 1%), são responsáveis por mais de 12% da incapacitação por doenças, percentual que chega a 23% em países desenvolvidos.

Ainda, Corsi et al. (2020) apontaram que os seguintes fatores estão diretamente relacionados ao suicídio no ambiente de trabalho:

·        depressão (19,3%);

·        assédio moral/bullying (16,1%);

·        ausência de lazer (12,9%);

·        estresse (9,6%);

·        sobrecarga profissional (9,6%)

 

 

Fatores Psicossociais e Cognitivos

 Os fatores psicossociais são as percepções subjetivas dos trabalhadores sobre a organização do trabalho, incluindo carga e ritmo de trabalho, ambiente social e condições técnicas. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define esses fatores como uma das principais preocupações do trabalho contemporâneo, pois, dependendo de como são percebidos ou vivenciados, podem afetar a saúde, o desempenho e a satisfação no trabalho.

Fatores como excesso de exigências psicológicas, falta de autonomia, suporte social inadequado, baixa qualidade de liderança e escassas compensações no trabalho são considerados riscos psicossociais, que prejudicam significativamente a saúde mental dos trabalhadores.

 

 

Ergonomia Psicossocial e Cognitiva na Promoção da Saúde Mental

 A ergonomia psicossocial aborda interações interpessoais, dinâmicas de equipe e organização do trabalho, visando minimizar fatores de risco como estresse e sobrecarga emocional. Já a ergonomia cognitiva foca em processos mentais como atenção e memória, buscando ajustar tarefas e ambientes de trabalho para reduzir a carga cognitiva, promovendo um estado mental mais saudável.

 

Medidas que as Empresas Podem Adotar

  As empresas têm um papel crucial na promoção da saúde mental e na prevenção do suicídio. Algumas medidas que podem ser adotadas incluem:

  1. Implementação de Programas de Apoio Psicológico: Disponibilização de serviços de aconselhamento e atendimento com profissionais de saúde mental de forma acessível e confidencial.
  2. Criação de um Ambiente de Trabalho Saudável: Valorização da empatia, respeito e comunicação aberta, reduzindo o estresse e a ansiedade no ambiente de trabalho.
  3. Capacitação de Líderes e Colaboradores: Treinamento para identificar sinais de alerta e oferecer suporte adequado, encaminhando colaboradores para serviços especializados, se necessário.
  4. Promoção de Políticas de Flexibilidade e Equilíbrio entre Trabalho e Vida Pessoal: Adoção de políticas que incentivem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, como horários flexíveis e opções de trabalho remoto.

 

Conclusão

A prevenção do suicídio requer o envolvimento de toda a sociedade, incluindo as empresas. Promover um ambiente de trabalho saudável, implementar programas de apoio psicológico e incentivar uma cultura organizacional empática são passos fundamentais para reduzir os índices de suicídio. Além disso, aplicar abordagens ergonômicas pode criar um ambiente mais seguro e acolhedor, promovendo o bem-estar mental dos colaboradores.

 

Bibliografia

  1. Associação Brasileira de Psiquiatria. (2023). "Estresse e saúde mental no ambiente de trabalho".
  2. CORSI, Carlos Alexandre Curylofo et al. (2020). "Vigilância em saúde do trabalhador: o suicídio relacionado ao trabalho".
  3. Organização Mundial da Saúde. (2021). "Relatório Mundial de Prevenção ao Suicídio".
  4. The Lancet Regional Health. (2024). "Preventing Suicide: The Role of Psychosocial and Ergonomic Interventions".